imagem: Lucy Autrey Wilson
A POESIA "INSTANTANEA" DISFARÇADA DE "DIÁLOGO"
Um simples rapaz segura uma rosa e ao longe uma bela moça observa. Essa
se aproxima:
_ Bela rosa...
Ele faz um sinal com a cabeça corroborando com o que
acabara de ouvir.
Ela tenta novamente:
_ Meus parabéns, você encontrou uma bela rosa...
Ele sorriu...
Tirou do bolso um relógio, desses antigos que apenas
o meu bisavô deveria ter usado.
Ela mais uma vez:
_ Não fique assim, não tema, quando a lua se pôr
então você verá e viverá um novo mundo.
Ele a olhou surpreso, um olhar de quem estava
tentando entender.
Alguns segundos mudos reinaram naquele momento, ambos
se olhando.
Ela:
_ Sei que é difícil, mas você precisa ser forte...
faz parte da vida.
Ele sorriu timidamente enquanto tirava de uma
sacolinha, um pequeno caderno cujo conteúdo era os seus poemas manuscritos.
Ela novamente se manifesta:
_ Olha que bonito, um diário, um belo diário.
Em um estado sério ele olha para uma limeira e a bela
moça mais uma vez disse:
_ Nossa! Eu não tinha visto aquele pé de laranja...
Ele sorriu e seu sorriso tomou vida, tomou sangue
quando um senhor vinha alguns metros com apoio de uma bengala. Saiu em seu
encontro, beijou-o as mãos e pediu-o benção...
A bela moça observou tudo calada e só pode escutar
distante:
_ Estou tão feliz, estava te esperando. “Vô” tenho
tantas coisas para te contar...
Samir S. Souza
Publicado no Recanto das Letras em 26/05/2009
Código do texto: T1616045
Código do texto: T1616045
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, fazer uso comercial da obra, desde que seja dado crédito ao autor original (Samir S. Souza - www.contoando.blogspot.com). Você não pode criar obras derivadas.
Um comentário:
Belo conto e muito bem escrito.
Nem sempre enchergamos realmente o que vemos.
Parabéns
Postar um comentário