01 maio 2012

Endereço Perdido




ENDEREÇO PERDIDO

Primeiro conto escrito. Publicado no 1º volume do jornal estudantil da escola estadual José Benedito Leite Bartholomei em Agosto/Setembro de 2007.

Ele terá que carregar uma dúvida extremamente pesada, sentirá um vazio dolorido e uma grande dor solitária. Suas noites serão frias e seus sonhos buscarão um ser que ele nem conhece, mas tudo isso quando ele começar a entender as coisas mundanas.

Na escola, ele se sentirá diferente, mas talvez ele seja forte e nem queira conhecer esse ser.

Neste momento, há aqueles que cuidam dele, afinal seu umbigo nem cicatrizou.

Coitada da cegonha, perdeu o endereço e talvez com medo de ser castigada por aqueles que lhe ordenaram no céu, achou melhor deixá-lo em um bueiro.

Imaginem-no dividindo seu passado com seu grande amor. Ele dirá:

_ Fui encontrado num bueiro por um policial.

E com certeza ele ouvirá de muitos:

_ E sua mãe? Você nunca a conheceu?

É culpa da cegonha que ele verá a maioria das pessoas ao seu redor lhe olharem com olhar penoso.

Disseram-me que a cegonha desapareceu. O cúpido está desesperado procurando-a, afinal, foi ele quem começou essa história muito antes do nascimento. Mas em todo e qualquer lugar que vá, lá a cegonha não está.

Entre a multidão, uma voz falou roucamente que tentaria resolver o caso. Perguntaram que era ele. Seu nome era Juiz e disse que julgaria a cegonha quando a encontrasse. Todos foram a favor, menos o cúpido.

Então, no meio da multidão, uma voz falou mais alto:

_ Deixe que isso eu resolvo!

Perguntaram-lhe pelo seu nome e ele respondeu que se chamava Tempo.

Enfim... Ainda não a encontraram.

Samir S. Souza 

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