ENDEREÇO PERDIDO
Primeiro conto escrito. Publicado no 1º volume do
jornal estudantil da escola estadual José Benedito Leite Bartholomei em
Agosto/Setembro de 2007.
Ele terá que carregar uma dúvida
extremamente pesada, sentirá um vazio dolorido e uma grande dor solitária. Suas
noites serão frias e seus sonhos buscarão um ser que ele nem conhece, mas tudo
isso quando ele começar a entender as coisas mundanas.
Na escola, ele se sentirá
diferente, mas talvez ele seja forte e nem queira conhecer esse ser.
Neste momento, há aqueles que
cuidam dele, afinal seu umbigo nem cicatrizou.
Coitada da cegonha, perdeu o
endereço e talvez com medo de ser castigada por aqueles que lhe ordenaram no
céu, achou melhor deixá-lo em um bueiro.
Imaginem-no dividindo seu passado
com seu grande amor. Ele dirá:
_ Fui encontrado num bueiro por
um policial.
E com certeza ele ouvirá de
muitos:
_ E sua mãe? Você nunca a
conheceu?
É culpa da cegonha que ele verá a
maioria das pessoas ao seu redor lhe olharem com olhar penoso.
Disseram-me que a cegonha
desapareceu. O cúpido está desesperado procurando-a, afinal, foi ele quem
começou essa história muito antes do nascimento. Mas em todo e qualquer lugar
que vá, lá a cegonha não está.
Entre a multidão, uma voz falou
roucamente que tentaria resolver o caso. Perguntaram que era ele. Seu nome era
Juiz e disse que julgaria a cegonha quando a encontrasse. Todos foram a favor,
menos o cúpido.
Então, no meio da multidão, uma
voz falou mais alto:
_ Deixe que isso eu resolvo!
Perguntaram-lhe pelo seu nome e
ele respondeu que se chamava Tempo.
Enfim... Ainda não a encontraram.
Samir S. Souza
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar
obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do
autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário